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A Justiça da Paraíba encaminhou para doação de cerca de 10 gatos e 20 cães que estavam em uma granja, no município de Conde, que pertencia ao padre Egídio de Carvalho, ex-diretor do hospital Padre Zé e suspeito de desviar recursos que podem chegar a R$ 140 milhões. Os animais foram retirados do local no dia 7 de dezembro e enviados para uma ONG de proteção animal em uma ação conjunta do Gaeco e a defesa do padre.

O advogado do padre, Rawlinson Ferraz, explicou que solicitou a doação dos animais ao Ministério Público da Paraíba após o padre não ter mais condições de arcar com as despesas dos animais. Além disso, Egídio de Carvalho não teria parentes na região de João Pessoa para assumir a tutoria.

A defesa de Egídio de Carvalho explicou que, após a prisão do padre no dia 17 de novembro, os animais continuaram sendo acompanhados por um veterinário, que também fornecia a ração para os 30 cães e gatos, mas não poderá continuar com os cuidados.
O advogado também afirmou que solicitou à Justiça que os animais não fossem considerados apenas “bens” do padre e defendeu que a questão tratada era a vida de seres vivos. Segundo apuração da CBN João Pessoa, cerca de 13 cachorros eram da raça Spitz Alemão, que em sites de vendas online custam até R$ 6 mil.

A CBN João Pessoa também apurou que pelo menos dois animais morreram na granja, o que teria motivado a ação do Gaeco. O advogado confirmou ao Jornal da Paraíba a morte dos animais, mas afirmou que eram filhotes e que morreram por causas naturais.
A defesa do padre também explicou que os cães e gatos foram encaminhados para um ONG de proteção aos animais, escolhida pelo MPPB, que ficou responsável por doar os animais para tutores com condições financeiras para fornecer os cuidados necessários para os bichos. O nome da ONG não foi divulgado.

A investigação no Padre Zé

A investigação teve início após um suposto ‘furto’ de aparelhos celulares doados pela Receita Federal para as entidades. A partir daí a Polícia Civil e o Gaeco começaram a apurar possíveis desvios na gestão do Hospital e de outras instituições ligadas. No total, os investigadores estimam desvios de R$ 140 milhões.

Um pedido de prisão do padre Egídio, Amanda e Jannyne chegou a ser negado pelo juízo da 4ª Vara Criminal da Capital, mas o desembargador Ricardo Vital de Almeida determinou, posteriormente, as prisões preventivas. No caso de Amanda ela cumpre agora prisão domiciliar.

A defesa do padre Egídio ingressou junto ao STJ com o pedido de soltura, ou conversão da preventiva em domiciliar. O pedido foi indeferido pelo ministro Teodoro Silva, sem análise do mérito.

Em um parecer dessa semana o MP pede a manutenção da preventiva e refuta as teses apresentadas pela defesa do religioso, de que ele enfrenta problemas de saúde e é responsável por cuidar de familiares idosos.

Jornal da Paraíba