No mês de combate ao câncer de mama, o Outubro Rosa, além de atenção ao diagnóstico precoce da própria enfermidade, é importante que os pacientes recebam atenção psicológica, de acordo com alerta da psiquiatra Camilla Franca, diretora técnica do Complexo Psiquiátrico Juliano Moreira, em João Pessoa. Em entrevista ao programa Arapuan Verdade, da Rádio Arapuan FM, Camilla Franca mencionou que uma em cada quatro pessoas diagnosticadas com câncer de mama desenvolvem também um quadro de depressão.
A psiquiatra comenta ainda que existe extrema necessidade de correr para tratar a depressão o quanto antes. “Eu tiro a pessoa do quadro depressivo e consequentemente vai responder melhor ao tratamento oncológico”, destacou Camilla Franca. A profissional avalia ainda como de extrema importância o tratamento em conjunto com oncologista, psicólogo e psiquiatra para que o paciente responda melhor. Ela avalia ainda que “quando o paciente chega num nível de atrapalhar sua qualidade de vida, a gente tem que entrar com uma intervenção medicamentosa”.
Após o diagnóstico de um câncer de mama, é comum que as pacientes sofram com baixa autoestima, principalmente devido às mudanças corporais que o tratamento impõe. Camilla Franca comenta que a mulher “pensa que vai ser rejeitada no relacionamento. Se sente marginalizada também. A falta de informação faz com que a gente tenha pensamentos equivocados”.
A psiquiatra alerta que uma rede de apoio fortalecida, juntamente com tratamento psicológico adequado, ajuda muito para que a paciente consiga passar por cima de pensamentos distorcidos e superar as problemáticas que possam ocorrer.
Apesar de todo o tabu envolvendo o diagnóstico do câncer, Camilla Franca enfatiza que “hoje câncer não é sinal de morte. Principalmente se for diagnosticado de forma precoce”. A psiquiatra ainda destaca que “quanto mais cedo a gente conseguir diagnosticar essa paciente, menos invasivo vai ser esse tratamento”.
O papel do médico no momento de explicar o diagnóstico para o paciente também é fundamental, já que existe a necessidade de a pessoa conhecer profundamente tudo o que envolve a doença. “Na hora que o médico tem que dar um diagnóstico, tem que ser muito empático, se colocar no lugar do outro e ter um acolhimento com esse paciente”, diz a psiquiatra.
ClickPB