O ex-presidente Michel Temer (MDB) avaliou a possível aliança entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin, que anunciou a saída do PSDB ontem, após 33 anos no partido que ajudou a fundar. O agora ex-tucano é cotado para ser vice de Lula nas eleições de 2022. Segundo a coluna de Mônica Bergamo, na Folha de São Paulo, a aliança já está concretizada, mas deve ser anunciada apenas no ano que vem.
“O ex-presidente Lula ganha muito [com Alckmin de vice], não tenho a menor dúvida disso”, afirmou Temer, em entrevista à Rádio Bandeirantes na manhã de hoje (16). “Mas não sei se é bom para o Alckmin, confesso que não tenho capacidade de avaliação”, completou.
Para Temer, a eventual aproximação de Alckmin e Lula pode ajudar na campanha eleitoral do petista à semelhança do que ocorreu com José Alencar. Apesar de resistência interna do PT, Lula teve como vice, em seus dois mandatos, um nome que agradava a ala empresarial.
“Quando ele [Lula] foi buscar o empresário José Alencar ajudou muito na chapa porque amenizou a própria campanha. Acho que o Geraldo Alckmin também, de alguma maneira, amenizará as eventuais críticas que venham a ser feitas ao candidato”, analisou o ex-vice de Dilma Rousseff (PT).
Como a aliança Lula-Alckmin ainda não está confirmada, Temer avaliou outras possibilidades para o futuro político do ex-tucano e que conflitam com a proposta de ser candidato a vice-presidente.
“Ainda não está descartada a hipótese dele [Alckmin] ser candidato ao governo em São Paulo. Para ele não sei se é muito útil [ser vice de Lula]”, disse o ex-presidente.
“Não sei se será fácil ele chegar na vice-presidência da República por meio do Lula, pelo menos na pesquisa de hoje seria. Talvez ele tenha feito uma avaliação e tenha dito ‘bom, como eu não tenho aqui o apoio daquilo que se costuma chamar máquina governamental, é melhor eu sair por essa via que talvez seja mais confortável'”, ponderou Temer.
CNN