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O deputado federal Julian Lemos (PSL) e o deputado estadual Wallber Virgolino (Patriota) se envolveram em uma discussão política de forma pública nesse fim de semana, que perdura pelo menos até essa segunda-feira (6).

O episódio começou após uma publicação de Wallber Virgolino em suas redes sociais, criticando o fato de alguns parlamentares federais paraibanos, entre eles Julian Lemos, não terem destinado emendas para as obras da duplicação da BR-230, entre Campina Grande e o Sertão. Julian então não gostou da cobrança e partiu para o ‘revide’.

Nesta segunda-feira, em entrevista ao Arapuan Verdade, da Rádio Arapuan, Wallber justificou a publicação dizendo que tem o dever de fiscalizar o mandato dos demais parlamentares em prol do povo. Ele também disse considera Julian em fim de carreira e não será reeleito em 2022.

“Eu não costumo empurrar bêbado em ladeira. Se o deputado fosse um cara mais forte, tivesse em um nível melhor eu ia revidar, mas ele está capengando e no final da carreira política. Eu não vou entrar nesse embate e me nivelar por baixo”, iniciou.

“A minha intenção é fiscalizar, exercer meu mandato na plenitude e apontar os erros onde tem que apontar. Se eu estou incomodando é porque estou no caminho certo”, continuou.

O parlamentar disse que esteve em Brasília e solicitou ao presidente Jair Bolsonaro (PL) a continuidade das obras, tendo o presidente dito que o governo federal faria sua parte, mas que precisaria do apoio da bancada federal paraibana. Wallber disse que tem fiscalizado emendas desde então.

“Infelizmente alguns deputados preferem enviar essas emendas a prefeitos, e a gente já sabe para onde vão essas emendas. Não comungo com esse tipo de atitude”, ironizou o presidente estadual do Patriota.

Wallber ainda aproveitou para alfinetar Julian e dizer que ele, e nem 99,9% dos paraibanos acreditam na reeleição de Lemos à Câmara Federal e deu a entender que Julian apoia um “governo calvariano”, devido à recente aproximação entre Julian e o governador João Azevêdo (Cidadania).

Julian rebateu

Também em entrevista ao Arapuan Verdade, Julian rebateu a essas declarações de Wallber. Julian disse que Wallber parte para críticas pessoais, é um parlamentar que vive de acusar os demais e não tem resultados à mostrar para o povo.

“Usa termos como bêbado em ladeira, dinheiro para prefeitura. Se tem alguém que tem lisura no que faz sou eu. E outra coisa, quem entende de bêbado é ele”, falou.

“Sou um deputado que tudo que falei em campanha tenho procurado cumprir. Não entro em debates inúteis, e nem vou entrar. Ele demonstra a todo momento que é um deputado só de bravatas, a todo momento alfineta todo mundo”, continuou.

Lemos disse que a discussão de ambos é no campo político, e não pessoal. Criticou o fato de Wallber se considerar o deputado mais produtivo da Assembleia Legislativa da Paraíba por ser quem mais propõe projetos de lei. Segundo Julian, a produtividade é medida após o resultado final na vida das pessoas e disse que ele tem resultados finais a mostrar, enquanto Virgolino não.

“Eu não tenho nada no campo pessoal contra ele. Se ele quiser ter, não tem problema. Mas tudo tem um limite, eu não vou debater com parlamentar que vive de bravatas”, disse em outro momento.

Sobre a insinuação da Operação Calvário, o deputado federal disse que “eu não tenho nada a ver com Calvário. Quem tem a ver com Calvário é Wallber, que foi secretário de Ricardo Coutinho”. Já sobre os comentários de reeleição, Julian disse que “quem sabe quem irá se reeleger é o povo”.

“Esse negócio de Calvário, se lasque Calvário e Wallber. Estou nem aí para Calvário. Não faço parte. Quem fez foi ele que foi secretário de Ricardo Coutinho e vivia com o rabo entre as pernas, com medo de Coutinho. Essa que é grande verdade. Ele sabe disso, pois certa vez ele foi para minha casa chorar com medo de Ricardo Coutinho”, falou.

Com relação à distribuição de emendas para as obras de duplicação da BR-230, Julian afirmou que não distribuiu, e justificou dizendo que para ele, obras para áreas como saúde e educação são sua prioridade no momento.

“Não. É uma obra de R$ 400 milhões e esses recursos que foram pedidos teriam sequer condição de começar a obra. Na minha ótica, BR pode esperar. Saúde não pode, água não pode, educação não pode. Cada um tem suas prioridades, e cada deputado trabalha conforme sua consciência”, justificou.

Bruno Marinho