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O ex-ministro da Saúde do Governo Bolsonaro, Luiz Henrique Mandetta (DEM), afirmou em entrevista na quarta-feira (17) que o União Brasil, resultado da fusão entre DEM e PSL, não vai apoiar o atual presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no ano que vem. Mandetta é pré-candidato à presidência da República pelo partido.

A criação do União Brasil ainda precisa do aval do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para ser oficializada. A expectativa é que o TSE dê a permissão até fevereiro de 2022.

“Essa é a única opção que é categoricamente colocada por todos que participaram das conversas do União Brasil, é que o partido não apoiaria a reeleição de Bolsonaro ou a volta de Lula. O partido tem que fazer uma discussão interna para poder decidir seu caminho. Isso ainda não está maduro. Ainda existem discussões para definir o caminho do partido ate a eleição”, disse Mandetta.

Segundo o ex-ministro, a demora para ‘alinhar o caminho do partido’ em 2022 acontece devido as indefinições na chamada terceira via. “A melhor via é sempre a mais difícil de ser construída”, comentou. Durante a entrevista, Mandetta criticou a gestão de Bolsonaro, em que ele foi ministro da Saúde durante a pandemia do coronavírus. Para ele, o presidente da República é “um populista irresponsável”.

“O que ele esta fazendo agora para tentar se reeleger, de fazer gasto público, de fazer calote nos precatórios, isso não é de um governo responsável. Ele faz muito mal ao pensamento liberal. O ministro da economia dele é incompetente, não entrega nada, é um animador de auditório que não consegue materializar sequer uma discussão sobre equilíbrio orçamentário”, disse.

Mandetta comentou também sobre a filiação do ex-ministro de Bolsonaro, Sergio Moro, ao Podemos, tornando-se pré-candidato à presidência em 2022. Ao ser questionado se a entrada do ex-juiz no jogo político poderia “embaralhar” a terceira via, Mandetta afirmou que “não se preocupa com Moro, pois ele vem para ajudar”.

No entanto, ele se disse preocupado com as prévias do PSBD. No próximo domingo (21), um total de 44.697 filiados e mandatários cadastrados votarão o representante do partido que disputará a presidência da República nas eleições de 2022.

“Acho mais complicado as prévias do PSDB, e o grau de disputa muito apertada e como podem ser essas feridas. Se as pessoas do PSDB possam sair de lá pensando que só porque passaram pelas prévias, já são candidatos à presidência da República”, avaliou o ex-ministro Mandetta.

A entrevista foi concedida à CNN.