O presidente da Câmara, Arthur Lira, e o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, se reuniram na manhã desta segunda-feira (08) na residência oficial da presidência da Câmara para debater uma estratégia conjunta na tentativa de impedir que a maioria do Supremo Tribunal Federal (STF) acompanhe a ministra Rosa Weber e derrube a execução orçamentária das emendas parlamentares de relator, chamadas de RP9.
No mapeamento de votos, o cenário da votação ainda não está definido e há possibilidade de vitória do governo. Para tanto, porém, a ideia é buscar os ministros do STF mais propensos ao diálogo para prestar esclarecimentos prévios sobre as emendas de relator e ganhar votos no plenário da Corte.
A avaliação é a de que quatro ministros são incógnitas na votação: Luiz Fux, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Alexandre de Moraes. Portanto, seriam passíveis de serem convencidos. Outros dois já tenderiam a votar contra o relatório, Nunes Marques e Dias Toffoli, enquanto o restante estaria propenso a votar com a ministra Rosa Weber.
Esse trabalho começou na própria sexta-feira. Tão logo foi publicada a decisão de Rosa Weber, Lira começou a se mobilizar. Horas após a decisão, ele contatou o ministro Gilmar Mendes. Lira também falou com o presidente da Corte, Luiz Fux. Ambos devem se encontrar nesta segunda para tratar do assunto. O Planalto deve entrar em campo hoje com mais força nessa operação.
Essas emendas são um dos principais instrumentos que o governo tem para manter a base parlamentar alinhada ao governo e foi determinante para a vitória obtida na votação em primeiro turno da PEC dos Precatórios. Nos 30 dias que antecederam a votação, foram liberados cerca de R$ 3 bilhões a parlamentares.
CNN