Em entrevista nesta quarta-feira (13), o presidente estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) na Paraíba, Jackson Macêdo, justificou sua posição contrária à Resolução aprovada na última sexta-feira (8) pela legenda que reafirmou o apoio ao governador João Azevêdo (Cidadania). A resolução teve quatro votos contrários, sendo um deles, o de Jackson.
Jackson explicou que votou contrário não pelo conteúdo da Resolução, mas sim pelo método como uma ala do PT vem tratando a questão. Na entrevista, ele se disse favorável ao PT permanecer na base de apoio ao governador (a legenda ocupa atualmente a secretaria estadual de Agricultura Familiar), mas alertou que a sigla pode mudar de posição a depender da “tática eleitoral”, que será a definição de quais movimentos o partido irá fazer nas eleições do próximo ano, a ser aprovada pela direção nacional. Internamente, Jackson articulou pela volta do ex-governador Ricardo Coutinho, rival de Azevêdo, ao partido.
“Eu votei contrário mais por uma questão de método, da forma como eles estão usando. Não é nem pela questão de conteúdo da Resolução. Até porque, na reunião de Diretório que aconteceu no começo do ano, eu já tinha votado a favor da permanência do PT no governo de João. Eu sinceramente não achava necessário reafirmar isso. Já tinha sido discutido, já tinha sido aprovado, então não tinha necessidade de aprovar mais uma vez”, justificou.
“Além disso, a questão de método. A forma como uma parte do PT tem conduzido esse processo, sem o mínimo de discussão interna, tratorando, passando por cima de minorias. A forma, o conteúdo, da maneira como eles têm operado, tem sido muito difícil essas relações. Por mais que a gente queira construir pactos de relações internas, tem muita gente que não quer isso, que quer continuar as confusões, brigas e divergências. Isso tem sido muito ruim para o PT”, continuou.
Jackson disse ainda que a Resolução aprovada na última sexta-feira não influenciará na decisão que o partido tomará para as eleições de 2022. Segundo ele, a direção nacional optará por qual caminho a direção estadual deverá seguir no pleito, tendo em mente o projeto de eleição do ex-presidente Lula (PT) em Brasília.
“Uma coisa tem que ser dita: uma coisa é o PT participar do governo João Azevêdo. Outra coisa é a tática eleitoral do partido, que só vai ser aprovada no ano que vem. O que vai ser aprovado a gente não sabe. Essa tática vai está vinculada ao projeto do presidente Lula, e a palavra final é da direção nacional. Ela quem vai dizer qual é o caminho que o PT deva seguir na Paraíba. Apoio ao governo João Azevêdo, que por sinal sou favorável, não tem nada a ver com tática eleitoral”, finalizou.
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