Em entrevista na tarde desta quarta-feira (13), a senadora Daniella Ribeiro (PP) abriu o jogo sobre diversos temas e não teve papas na língua ao comentar os assuntos mais quentes. Daniella respondeu sobre a ida do presidente Bolsonaro (sem partido) ao Progressistas, a relação com Romero Rodrigues e sua atuação no Senado. Ela ainda não economizou nas palavras ao comentar os problemas públicos envolvendo o governador João Azevêdo (Cidadania), o também senador Veneziano Vital (MDB) e a secretária Ana Claúdia Vital.
Bolsonaro no PP
Questionada sobre a possível ida do presidente Jair Bolsonaro ao Progressistas, Daniella falou que tudo ainda não passa de “boatos”, e evitou de comentar a possibilidade. “Eu tenho um certo receio de fazer qualquer observação de fatos que não aconteceram, que são apenas indícios”, disse.
Perguntada também sobre um comentário feito pelo deputado estadual e líder da oposição na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), Cabo Gilberto (PSL) de que Daniella seria o principal nome para disputar o governo do estado como oposição, pelo Progressistas, caso Bolsonaro viesse para o partido, Daniella agradeceu a lembrança, dizendo que isso demonstra que seu trabalho está sendo bem-feito, mas descartou a possibilidade, alegando que o principal projeto da legenda na Paraíba em 2022 é a eleição do seu irmão, deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP), para o Senado.
“Significa dizer que você vem fazendo um bom trabalho, me deixa feliz. Isso é uma sinalização muito importante para o partido Progressistas, acho que isso é muito importante, mas nós temos um projeto dentro do partido e isso envolve uma pessoa que trabalha muito pela Paraíba e que tem resultados, que se chama Aguinaldo Ribeiro, e que tem um projeto para o Senado dentro do Progressistas. Esse projeto é uma prioridade para nós”, afirmou.
Ainda sobre a pré-candidatura do irmão, Daniella também comentou as declarações do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), que afirmou, ao Arapuan Verdade, que afirmou que Aguinaldo Ribeiro deveria compor a chapa majoritária do governador João Azevêdo (Cidadania) em 2022. Daniella, que em outro momento já se disse crítica e opositora do governo João, bastou-se a dizer que a candidatura, “onde quer que ele esteja, vai dar essa condição [de retorno] à Paraíba como Senador”.
Existe uma “disputa” implícita entre Aguinaldo e o também deputado federal Efraim Filho (DEM), para saber quem irá disputar o Senado Federal pela chapa de Azevêdo.
Imbróglio envolvendo Ana Cláudia e João Azevêdo e relação com família Vital
Daniella também foi indagada sobre o episódio envolvendo a secretária estadual de Articulação e Desenvolvimento Municipal, Ana Cláudia Vital (Podemos), se retirou do local após perceber que não foi convidada para compor a mesa de honra da solenidade junto com o governador João Azevêdo.
Daniella, que é rival política de Ana Cláudia e do senador Veneziano Vital (MDB), falou que passou por situação semelhante e não publicizou para a imprensa. Ela chegou a criticar Ana ao dizer que “quem faz isso tudinho e não entrega [o cargo] depois do que aconteceu, não entrega mais”.
“Eu saí em silêncio, entreguei o cargo, fui para o Palácio, assinei minha carta de demissão. A gente não rompeu, mas eu estou fora. Foi quando Cássio veio e me pediu desculpas, disse que estava com um problema com Ronaldo [Cunha Lima] e nós resolvemos. Mas nada disso foi para a imprensa, fiz em silêncio, não fiz firula. Para mim, quem faz isso tudinho e não entrega depois do que aconteceu, não entrega mais”, afirmou.
Perguntada sobre um possível apoio de Veneziano à candidatura de Aguinaldo ao Senado, Daniella disse não confiar na família: “O pai dele [Vital do Rêgo] era aliado do meu pai [Enivaldo Ribeiro], os dois eram deputados federais, e eles fizeram panfletos contra a honra do meu pai, iam espalhar em Campina Grande, foi quando a gente soube e denunciou à Polícia Federal. Uma pessoa dessa aliada? Por isso que a gente não confia”, argumentou.
Romero Rodrigues
Daniella também foi questionada sobre uma possível união, como vem sendo especulada, do ex-prefeito de Campina Grande e hoje pré-candidato a governador, Romero Rodrigues (PSD), com João Azevêdo e possivelmente com Aguinaldo, caso seja ele o “escolhido” para compor a chapa de João. Na resposta, a senadora elogiou o ex-prefeito e afirmou que ele seria uma adição importante para qualquer chapa majoritária.
“Romero é um bom quadro, foi um bom parceiro em Campina Grande. As pessoas gostam dele. Acho que seria um vice importante para qualquer um”, falou.
Atuação no Senado
Ela também foi questionada sobre a postura do presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre, de adiar a sabatina de André Mendonça, indicado pelo presidente Bolsonaro ao STF.
“Só posso fazer uma avaliação quanto a isso quando eu falar com Davi, principalmente porque conheço ele, é uma pessoa muito boa. Já André, conheço, mas não tenho convivência. Então, conheço Davi de dois anos de convivência forte e sei que não é uma pessoa de perseguição ou índole má, prefiro conversar com ele e saber o que está havendo para poder compreender e dar minha opinião. Quero saber qual é o motivo para poder emitir uma opinião”, disse Daniella.
Enivaldo Ribeiro
Ao fim da entrevista, ela ainda foi perguntada sobre o pai, Enivaldo Ribeiro, e sua participação nas decisões do partido na Paraíba. Daniella afirmou que Enivaldo ainda está na ativa e é consultado sempre sobre os rumos do partido. Ela descartou também a possibilidade de saída do partido, que tem sido especulada após divergências de Aguinaldo com a cúpula nacional.
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