O prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), se disse favorável ao passaporte de vacinação. Em entrevista ao Arapuan Verdade, da Rádio Arapuan, nesta quinta-feira (7), o prefeito falou também sobre eleições de 2022, possível ida do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao PP e das obras da falésia do Cabo Branco.
Ao justificar ser favorável à aplicação do chamado passaporte de vacinação (apresentação do cartão de vacinação comprovando a imunização contra a Covid-19), Cícero argumentou que a exigência poderia diminuir o número de pessoas circulando nos ambientes que poderiam estar disseminando a doença.
“Há ainda um certo desconhecimento da ciência. Por que não a gente ter um nível de cautela?”, falou Cícero, argumentando que o direito individual de não querer se vacinar não pode ultrapassar o direito coletivo das pessoas.
Cícero afirmou que, quando o passaporte for sancionado pelo governador João Azevêdo (Cidadania), o município de João Pessoa irá fiscalizar a prática da aplicação. Questionado sobre a exigência em eventos em espaços abertos, a exemplo do Réveillon, Cícero adiantou que a apresentação da carteira de vacinação não será exigida. O prefeito afirmou ainda que na próxima semana fará o lançamento oficial dos eventos de fim de ano na cidade de João Pessoa, a exemplo do Natal e Ano novo.
Ao contrário da cidade de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, que já desobrigou o uso das máscaras de proteção pessoal, e outras capitais brasileiras que iniciaram a discussão para o mesmo fim, Cícero afirmou que em João Pessoa ainda não está sendo analisada essa possibilidade. Segundo ele, ainda “não é momento para isso”.
“Eu acredito que com o avanço de segunda dose, avanço de terceira dose e a conclusão da primeira dose, nós vamos voltar ao normal. Mas isso não quer dizer que você tenha, por exemplo, que rasgar as máscaras”, disse.
Praia do Cabo Branco
Em meio à conversa, o prefeito Cícero afirmou que pretende realizar um “debate técnico” acerca da execução de um plano para a ampliação das faixas de areia da praia do Cabo Branco.
“Espero debater de forma técnica e responsável. Não é dizer ‘eu acho’, é alguém afirmar ‘pode ou não pode’”, disse o prefeito. “A solução não é uma solução de um prefeito, mas de uma sociedade. Aquilo é o patrimônio da Paraíba. É o ponto mais oriental das Américas que está sendo afetado”, prosseguiu.
Bolsonaro no Progressistas
Perguntado sobre os rumores de Brasília que apontam para um retorno do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para o Progressistas, Cícero afirmou que “nós não temos sinalização”.
“Quanto a se vai ou não vai, nós não temos sinalização ainda disso. É um processo de especulação. Como eu conheço o espírito democrático do PP, e em particular do presidente Ciro Nogueira, até agora não fomos consultados”, afirmou o prefeito.
Aguinaldo e João Azevêdo
Para Cícero, o deputado federal Aguinaldo Ribeiro, pré-candidato ao Senado no próximo ano, deveria compor chapa com o governador João Azevêdo. Aguinaldo disputa internamente a vaga de candidato ao Senado na chapa de Azevêdo com o também deputado federal Efraim Filho.
Cícero argumenta que essa aproximação de Aguinaldo e João seria uma continuidade “natural” do apoio que ocorreu nas eleições municipais de 2020, quando PP e Cidadania, Cícero e João, estiveram juntos na campanha vitoriosa de Cícero Lucena para a prefeitura de João Pessoa.
“Nós oferecemos a condição de melhor companhia para a chapa de Senado do governador João Azevêdo. O partido tem densidade eleitoral, temos várias prefeituras, vice-prefeitos, três deputados estaduais, um deputado federal, uma senadora. E tem um nome que nós estamos colocando que não é nome tirado de colete, de conchave. É um nome que tem história política”, justificou.
Críticas de Luciano Cartaxo
Foi perguntado também ao prefeito como ele recebeu as críticas do ex-prefeito da cidade, Luciano Cartaxo (PV), que criticou a atual gestão no que diz respeito à iluminação pública, limpeza urbana, medicamentos na saúde, entre outros.
Cícero respondeu a crítica provocando o ex-prefeito ao dizer que tem cancelado contratos celebrados pela gestão anterior e fazendo correções dos mesmos.
“A poda de árvores. Talvez ele esteja se referindo a um contrato de locação na secretaria de Meio Ambiente que pagava R$ 300 mil por mês para fazer poda. E tinha também na Sedurb e também na Emlur. Talvez seja isso que ele esteja reclamando”, provocou.
“Eu tenho tranquilidade. A cidade tem visto o esforço. Cancelamos uma licitação que as empresas estavam cobrando, mas não estavam entregando os equipamentos. Nós estamos pagando um preço mais barato do que ele contratou em 2019”, continuou.
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