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Os professores e técnicos efetivos da rede municipal de Campina Grande não retomarão as aulas presenciais, mesmo que a Prefeitura anuncie o retorno, de forma oficial, para o próximo dia 13. A decisão foi aprovada em assembleia virtual da categoria, realizada pelo Sindicato dos Trabalhadores Públicos Municipais do Agreste e Borborema (Sintab), na manhã desta quarta-feira, 01. A deliberação dos servidores é de manter apenas as aulas remotas. Desta maneira, atividades presenciais, ainda que no modelo híbrido, somente quando todos os profissionais da educação concluírem o ciclo de vacinação.

Além disso, os trabalhadores cobram que haja estrutura apropriada, observando criteriosamente os protocolos sanitários, em todas as unidades escolares da cidade. “Nós visitamos e provamos que das 10 escolas anunciadas antes para o retorno híbrido, só duas teriam condições, nas demais, encontramos basculantes enferrujados, salas sem janela, pias insuficientes. Como estas salas irão receber alunos e estudantes? Nossas unidades precisam ser preparadas! Por isto esta semana retomamos as visitas em outras unidades. A gestão teve quase dois anos para realizar todas as adequações necessárias e não realizou”, salientou a vice-presidente do Sintab, Monica Santos.

Ela também chamou atenção para o abandono da gestão com relação aos estudantes da rede pública.  “Muitas famílias nos procuram dizendo que não receberam a cesta da prefeitura, correspondente à merenda escolar, ou que os kits que chegaram eram precários. Como esse aluno vai assistir uma aula presencial? Tem aluno que não tem o que comer em casa, como vai ter condição de ter duas três máscaras para trocar ao longo da aula? A gestão vai fornecer? Como vai ser a distribuição de álcool nestas unidades? Nada disso nos foi informado até o momento e a pandemia continua, a variante Delta já está no município”, acrescentou.

Unidos na luta pela vida, os professores e técnicos de Campina manifestaram durante a assembleia, o medo de perder a vida para o coronavírus e a revolta com o descaso da gestão. “Como vai ser a carga horária dos profissionais neste retorno? Não foi feito nada para preparar as escolas, não foi feito nada sobre quem morreu, perdemos muitos amigos professores, técnicos, pessoal de apoio, só as famílias e os amigos que sofrem, então a nossa vida vale muito pouco para eles! Se morrer menino pobre e professor, não importa! E se a gente morre, não adianta nada quinquênio, data-base, nada! A vida primeiro”, desabafou uma professora, que terá sua identidade preservada.

O diretor de Política e Formação do sindicato, Franklyn Ikaz, lembrou que também não houve nenhuma capacitação ou acolhimento aos profissionais da educação diante dos desafios impostos pela pandemia. “Dizer que a educação não é levada a sério é redundante. Durante a pandemia os professores não tiveram formação para o virtual, não foram aparelhados para as aulas virtuais, não tiveram reajuste de salário, as progressões estão congeladas, alguns professores tristemente morreram! Durante mais de um ano e meio de pandemia as unidades não foram adaptadas em nada para o retorno, não foi colocada nenhuma janela sequer, diante disso é ponto passivo que é impossível retornar às aulas presenciais neste momento”, avaliou.

PB Agora