Além da filha, pelo menos mais dois parentes diretos do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, receberam depósitos do auxílio emergencial, benefício pago pelo governo federal para atender famílias mais vulneráveis durante a pandemia da Covid-19 no País. Os dados são do Portal da Transparência, mantidos pela Controladoria-Geral da União (CGU) e que foram levantados pelo portal Metrópoles.
Stephanie dos Santos Pazuello é filha legítima do ex-ministro e atual secretário especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. No ano passado, quando Pazuello já era ministro, Stephanie recebeu um total de R$ 2,4 mil dos cofres públicos, pagos em duas parcelas, em abril e em julho.
Atualmente, a filha do general da ativa do Exército ocupa o cargo comissionado de assistente de secretaria, na secretaria municipal de Saúde do Rio de Janeiro, com salário inicial de R$ 1.884,00.
Em julho do ano passado, ela tinha outro cargo comissionado, na Rio Saúde, empresa pública da prefeitura. O salário era de R$ 7.171,00. O pagamento do auxílio emergencial foi referente ao mês de maio, antes de ela tomar posse na instituição.
Sobrinhos
Dois filhos de Cynthia Pazuello, irmã do ex-ministro, também aparecem na lista de beneficiados pelo auxílio emergencial. Cynthia é administradora das empresas da família e declara capital social de R$ 1,2 milhão.
David Pazuello Franco de Sá, que vive em uma área nobre de Manaus com a mãe, recebeu R$ 4,2 mil no ano passado, pagos em nove parcelas, de abril a dezembro.
Raquel Pazuello Silva, irmã de David, recebeu R$ 3,3 mil do programa, mesmo morando na Califórnia, nos Estados Unidos. Foram sete pagamentos, entre julho e dezembro de 2020. De acordo com o Portal da Transparência, um saque, referente ao mês de maio, foi devolvido.
O que disseram os envolvidos?
O portal Metrópoles procurou a CGU, que informou que as informações do Portal da Transparência são de responsabilidade do Ministério da Cidadania. Procurado, o órgão não se pronunciou até o fechamento da reportagem.
Já a secretaria de Comunicação da Presidência da República repassou a demanda para a assessoria de imprensa da secretaria Especial de Assuntos Estratégicos do Palácio do Planalto, que também não se pronunciou sobre o tema.
A secretaria municipal de Saúde do Rio de Janeiro, onde Stephanie exerce um cargo atualmente, informou que “segundo apurado com a profissional, que não é servidora municipal efetiva, o auxílio emergencial foi recebido em 2020, em período anterior às funções exercidas junto a órgãos da Prefeitura do Rio de Janeiro”.
Metrópoles