O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) poderá sofrer mais uma derrota política nesta semana. A Câmara dos Deputados deverá votar em plenário nos próximos dias a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Voto Impresso, tema que já foi derrotado na comissão especial da Casa na última quinta-feira (5).
Segundo levantamento do jornal O Globo, dos 24 partidos com representantes na Câmara dos Deputados, 15 já manifestaram que são contra a PEC. Juntos, eles somam 329 dos 513 deputados. Por se tratar de uma Proposta de Emenda à Constituição, são necessários 308 votos a favor para ser aprovada e seguir para o Senado.
O Globo ouviu líderes das 22 bancadas, e delas, apenas duas, com 86 parlamentares no total, confirmaram apoio à Proposta. A reportagem separou os partidos em quem é contra, a favor, indecisos ou que não responderam e aqueles que liberaram a bancada.
Segundo o levantamento, 15 partidos são contra o Voto Impresso. São eles (com o número de parlamentares entre parênteses): PT (53); PL (41); PSD (35); MDB (34); PSDB (32); PSB (31); DEM (27), PDT (25), Solidariedade (14); PSOL (9); Avante (8); PCdoB (8); Cidadania (7); PV (4); Rede Sustentabilidade (1); e um parlamentar sem partido, o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Ao total, essas bancadas somam 329 parlamentares, 330 se somada a posição de Rodrigo Maia.
A favor da Proposta, apenas quatro partidos: PSL (53) e o bloco parlamentar formado por PROS, PSC e PTB, que juntos somam 33 deputados, tendo, ao final, 86 votos favoráveis.
Entre os indecisos e os que não responderam estão o Republicanos (32), o Podemos (10), o Novo (8) e o Patriota (6). Desses, os três primeiros afirmaram estarem indecisos, e o Patriota não respondeu.
Por último, apenas o Progressistas, com 41 parlamentares, liberou a bancada para votar como desejar.
É importante ressaltar que mesmo com a posição partidária, é comum que parlamentares sejam contrários a essas orientações. O maior exemplo é o PSL, partido favorável à proposta mas que está dividido internamente sobre a questão. Mesmo assim, é baixa a probabilidade de que a Proposta saia vencedora da votação.
A PEC 135/2019, amplamente defendida pelo presidente Bolsonaro, é de autoria da deputada federal Bia Kicis (PSL-DF). O texto prevê que o voto do eleitor seja impresso em um papel que será depositado automaticamente em uma urna, para conferência, sem qualquer contato entre o eleitor e esse papel. A proposta não acaba com o uso da urna eletrônica.
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