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Por Felipe Pinheiro – Splash

De um bairro humilde de Campina Grande (PB) para a consagração como a campeã do “BBB 21”. A jornada de Juliette Freire foi esmiuçada no documentário do Globoplay, “Você Nunca Esteve Sozinha”, finalizado nesta semana, com o lançamento do sexto e último episódio na plataforma. Que a história deva ser celebrada, não há dúvidas, mas precisava de tudo isso?

A vencedora do “BBB 21” é um caso raro. Perseguida no reality show, ela foi abraçada pelo público. Além de cantar de forma elogiável como se estivesse no “The Voice”, Juliette trouxe suas raízes e sua cultura para o programa de maior audiência da TV aberta.

O que não significa que ela não tenha tropeçado durante sua passagem pela casa, é claro. Quem não se incomodou quando ela se colocou no centro das discussões? O apelido de “Euliette” não foi por acaso, nós sabemos.

Assim como todos os brothers e sisters desta temporada, Juliette também errou, mas os acertos foram maiores e ela escapou do cancelamento que derrubou Karol Conká, Projota e companhia.

A Globo também entendeu que estava diante de um evento singular e se apressou para faturar com mais uma participante que entrou como pipoca (ou seja, do time dos anônimos) e que hoje tem números maiores de quem entrou no programa como integrante do time do camarote (os famosos da edição).

Antes mesmo de Tiago Leifert anunciar a vitória no reality, a emissora já planejava uma série documental sobre a favorita absoluta do “BBB 21”. Isso fica claro no primeiro episódio do documentário, que mostra a família dela reunida à espera do resultado (após uma campanha intensa nas redes sociais, considerada um case de sucesso no mundo do marketing digital).

Pontos para a emissora, que prolongou em mais de um mês o sucesso do reality show em sua plataforma de streaming. Se tudo que é demais cansa, eram necessários seis episódios de quase 50 minutos cada? Três episódios teriam sido mais que o suficiente para contar esta história.

Emoção, muita emoção… E mais emoção

Pouquíssimas foram as novidades da história de Juliette realmente apresentadas em “Você Nunca Esteve Sozinha”. Afinal, ela já havia contado tudo, em detalhes, durante a estadia na casa. A morte da irmã dela, um dos momentos mais dramáticos da trajetória de Juliette, já era conhecida.

A cada semana os “cactos” preparavam os lenços porque sabiam que mais chororô vinha pela frente. Reencontro com Gil do Vigor? Lágrimas. A volta à Paraíba? Mais lágrimas. O abraço na mãe depois de meses sem vê-la? Choro, choro e mais choro.

A Globo parcelou momentos emocionantes de tal forma que enjoou. Já dizia Galvão Bueno “Haja coração!”.

Repeteco do “BBB 21”

Qual é a graça de assistir ao “Vale a Pena Ver de Novo” do “BBB 21”? Foi mais ou menos o que a Globo fez, não é? As cenas do reality show serviram de material à produção. E assistimos ao reality dentro do reality, com Juliette assistindo aos momentos dela mesma no programa.

A sessão de análise do documentário é dispensável. E o único reencontro que, de fato, eu gostaria de ver seria com Karol Conká, que tanto falou mal de Juliette, mas isso não aconteceu.

A despeito do lenga-lenga que se tornou “Você Nunca Esteve Sozinha”, a produção merece elogios pela qualidade técnica e pelo trabalho de apuração em tempo recorde.

Personagens importantes da vida de Juliette foram ouvidos, como os irmãos, os pais e tantos outros que ajudaram a advogada a chegar onde chegou, conquistando um lugar no principal reality show do país. E também no coração de milhões de brasileiros.