O adolescente de 14 anos que matou o pai a tiros ontem em Valinhos, município a 90 km de São Paulo, vai responder ao crime em liberdade. O garoto e a mãe prestaram depoimento durante a noite na delegacia da cidade e foram liberados em seguida. Segundo as autoridades, o pai tinha histórico violento, usava documentos falsos e tentou alcançar outra arma para revidar contra os familiares.
Segundo a Polícia Civil, o adolescente relatou que atirou contra o pai de 42 anos em legítima defesa. A vítima é um empresário do ramo de som automotivo.
Ainda de acordo com as autoridades, o homem agrediu a mulher e, quando o adolescente foi tentar defender a mãe, foi ameaçado pelo pai com uma barra de ferro, segundo a polícia. Funcionários que trabalham na residência confirmaram a versão do garoto e relataram que o empresário era agressivo e tinha um histórico de violência doméstica.
O crime aconteceu na casa da família em um condomínio de luxo, no bairro Joapiranga. O adolescente disparou pelo menos três vezes contra o pai. Um dos tiros atingiu o empresário no abdômen.
“O empresário era uma pessoa violenta, ameaçava mãe e filho constantemente e o tempo todo andava com uma arma na cintura, inclusive dentro de casa. Ontem houve mais uma discussão entre o casal e o garoto pegou a arma e, com medo do que pudesse acontecer com a mãe, atirou contra o pai”, explica Juliano Cerqueira, tenente da Polícia Militar.
Mesmo ferido, a vítima teria conseguido correr até a garagem do imóvel, onde havia mais uma arma em um dos carros.
“O garoto foi atrás porque, segundo ele, no veículo tinha outra arma e o pai iria usá-la contra ele e a mãe. Nisso o adolescente efetuou mais dois disparos na direção do pai”, acrescenta o tenente da PM.
A arma usada no crime pertencia ao empresário. No imóvel, a polícia encontrou oito armas, entre elas um fuzil e uma submetralhadora, além de diversas munições. Todas teriam registro no nome do empresário, que seria praticante de tiro esportivo. Todo o material foi recolhido e vai passar por perícia.
Ainda segundo a Polícia Civil o empresário usava nomes falsos e tinha passagem por estelionato. Ele era conhecido na cidade por ter uma coleção de carros de luxo. No momento do crime, havia três desses veículos na garagem do imóvel.
O caso foi registrado na Delegacia de Valinhos como ato infracional e homicídio em legítima defesa.
UOL