Só no último mês, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deu pelo menos 7 declarações ameaçando as eleições em 2o22 caso não seja aprovada a PEC do voto impresso. Segundo reportagem da revista Veja, a cada 4 dias, o chefe do Executivo condiciona a realização do próximo pleito a uma mudança no sistema de votos do país.
No domingo (1º.ago.2021), apoiadores de Bolsonaro promoveram atos a favor do voto impresso. Ao discursar aos presentes por meio de videoconferência, o presidente voltou a dizer que “sem eleições limpas e democráticas, não haverá eleição”.
Eis uma retrospectiva das últimas declarações feitas por Jair Bolsonaro em desfavor ao atual sistema eleitoral brasileiro:
1 DE JULHO
A implementação do voto impresso auditável em 2022 foi um dos assuntos mais abordados pelo presidente Jair Bolsonaro em live transmitida em suas redes sociais no dia 1º de julho de 2021. O chefe do Executivo defendeu a nova modalidade de voto e disse que o STF (Supremo Tribunal Federal) interfere no Poder Legislativo para derrotar a proposta.
“Eu entrego a faixa presidencial para qualquer um que ganhar de mim na urna de forma limpa. Na fraude, não” , disse o presidente. E completou: “Querem nos impor goela abaixo para fazer voltar aquela quadrilha. Vão ter problemas, não é ameaça, é constatação. O povo não vai admitir isso aí”.
7 DE JULHO
Em entrevista ao programa Boa tarde, Brasil da Rádio Guaíba, de Porto Alegre, Bolsonaro disse que “haverá problemas” no ano que vem caso o voto impresso não seja implementado nas eleições de 2022.
O chefe do Executivo citou que poderia contestar o resultado do pleito. “Eles vão arranjar problemas para o ano que vem se esse método continuar aí sem a contagem pública. Eles vão ter problemas porque algum lado pode não aceitar o resultado. Esse algum lado, obviamente, que é o nosso lado”, disse.
O presidente também afirmou que apresentaria provas de que as eleições de 2018 foram fraudadas.
8 DE JULHO
A apoiadores, Bolsonaro voltou a falar sobre o voto impresso e as eleições de 2022. Ele indicou que, caso o voto auditável não seja aprovado, o pleito estaria ameaçado. “Eleições ano que vem serão limpas. Ou fazemos eleições limpas no Brasil ou não temos eleições. Daí teve um tweet que alguém escreveu para o analfabeto de 9 dedos dizendo que eu roubei as eleições do ano passado e enganei por causa de uma facada ainda“, disse.
19 DE JULHO
Em nova conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, Bolsonaro disse que não deixará a presidência caso não haja uma eleição “limpa”.
“Eu entrego a faixa para qualquer um, caso eu dispute a eleição, mas tem que ser uma eleição limpa”, afirmou.
23, 24 E 28 DE JULHO
Ao se dirigir a simpatizantes, Bolsonaro disse que “o nosso exército, que são vocês né, não vai aceitar acontecer o que ocorreu em outros países porque depois para retornar, pessoal”, conforme divulgou a revista Veja.
Depois, no dia 24, o presidente afirmou que “não dá para termos eleições como está aí”. Segundo a revista, no dia 28, as ameaças continuaram: “vai ganhar eleição quem tem voto. Se não for dessa maneira, poderemos ter problemas em 22″, declarou o presidente.
29 DE JULHO
No dia 29 de julho, Bolsonaro anunciou uma live na qual disse que iria revelar fraudes que teriam ocorrido nas eleições de 2018. No vídeo, porém, ele afirmou não ter provas, apenas “indícios“.
Mesmo sem as provas, o chefe do Executivo conseguiu convencer parte da população que o sistema de votos no país é falho. O PoderData revelou em 26 de julho que 46% da população é a favor de mudanças nas urnas com a adoção de algum tipo de impressão do voto. Outros 40% são contra. A situação era inversa em maio.