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Na busca por uma “terceira via” que possa ter viabilidade em 2022, o PSD articula para ter o candidato mais forte, na visão do partido. E o nome escolhido é o do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). O político mineiro é um desejo antigo de Gilberto Kassab. Em entrevista na manhã desta terça-feira (13), o presidente da sigla manifestou novamente o seu desejo.

E, segundo informa a jornalista Thaís Oyama, do UOL, Pacheco já tomou sua decisão e vai deixar o DEM para se filiar ao PSD e concorrer à Presidência. Na entrevista dessa manhã, Kassab não confirmou a informação, mas também não negou. Segundo a colunista, o PSD pretende apresentar o senador como a primeira opção de “terceira via” nas eleições de 2022, atropelando o grupo do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, que desde maio do ano passado vem tentando costurar um acordo entre partidos.

Lideranças do Congresso afirmaram à jornalista que Pacheco e Kassab já firmaram o acordo e o anúncio oficial da filiação e pré-candidatura do presidente do Senado será feito assim que PSD concluir a montagem de seus palanques nos estados. O partido estaria aguardando apenas a filiação de Geraldo Alckmin. Nome forte do PSDB, Alckmin está escanteado no partido, que deve lançar o atual vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, como candidato. Alckmin vai oficializar em breve a sua saída do PSDB para concorrer ao governo de São Paulo pelo PSD.

O partido, inclusive, já fechou outros três palanques em estados importantes. No Paraná, irá apostar na reeleição para governador de Ratinho Júnior; em Minas Gerais, vai lançar o atual prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil; e no Rio de Janeiro, concorrerá com o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, apoiado pelo prefeito Eduardo Paes, recém filiado ao partido.

Rodrigo Pacheco tem a admiração de Kassab e é visto como viável para “terceira via” por ter sido eleito presidente do Senado, em janeiro, com o apoio de bolsonaristas e petistas. No entanto, ele era considerado um aliado pelo Palácio do Planalto. Mas, em abril, foi obrigado pelo STF a autorizar a criação da CPI da Pandemia. O movimento desagradou Bolsonaro e, desde então, Pacheco vem se distanciando, ainda que lentamente, do governo.

Na última sexta-feira (09), o senador convocou uma coletiva de imprensa para declarar que a realização das eleições no Brasil é “inegociável”. No dia anterior, Bolsonaro havia mais uma vez sugerido que o processo em 2022 pode não ocorrer se não houver voto impresso. “Não podemos admitir qualquer tipo de fala, de ato, de menção, que seja um atentando à democracia ou que seja um retrocesso”, afirmou o presidente do Senado.

A jornalista afirma ainda que os planos de Pacheco, segundo lideranças ouvidas do PSD e do Congresso, são de “correr virtualmente o país” a partir da oficialização de sua candidatura à Presidência. Segundo uma dessas lideranças, o senador não precisará se afastar de Brasília para dar a largada na campanha. O fato de Pacheco, de 44 anos, ter construído sua carreira política em Minas, segundo maior colégio eleitoral do país, é visto como um trunfo. Outros predicados do senador, na visão de empresários recentemente apresentados a ele, seriam a sua “moderação” e as convicções liberais.

Um desses empresários observou, no entanto, que o perfil de “político de gabinete” deve dificultar a penetração do nome de Pacheco no eleitorado mais popular. “No teste da buchada de bode eu duvido que ele passe”, afirmou, referindo-se ao prato de regiões do Nordeste que todo candidato em campanha tem obrigatoriamente de experimentar, e gostar.

UOL