Na briga por encontrar uma sigla, o presidente Jair Bolsonaro acumulou suscetíveis derrotas. Muito se deve a exigência de ter o comando do partido, algo que os dirigentes nacionais não querem abrir mão. A última tentativa, de ir ao Patriota, acabou provocando um racha interno no partido, inclusive indo para na Justiça. Agora, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), filho do presidente, afirmou que Bolsonaro negocia com mais 3 partidos além do Patriota. Segundo ele, PP, PL, e Republicanos, que fazem parte da base do governo, estão sendo avaliados.
“Não temos tempo a perder. Estamos avaliando alternativas como PP, PL e Republicanos. Não seria o que queríamos inicialmente, que era o presidente ter um partido para chamar de seu”, disse Flávio em entrevista a’O Globo. A declaração do senador é um reconhecimento da derrota na tentativa de ter o comando do partido. O Republicanos, partido agora considerado, tem o deputado federal Marcos Pereira como presidente, que já afirmou não abrir mão do comando do partido para entregar a Bolsonaro.
O PP, de Ciro Nogueira, também não entregará a legenda nas mãos do presidente. No entanto, Flávio enxerga vantagens: “Por outro lado, tem a vantagem de já estar em um partido maior, com mais tempo de televisão e fundo partidário, para disputar a eleição. A decisão está com o presidente”, concluiu.
O prazo final para as filiações é abril de 2022, mas Flávio diz que a expectativa é que o presidente tenha um novo partido até o final do ano. O senador afirmou também que o Patriota ainda é uma opção para Bolsonaro nas eleições do ano que vem. Vale lembrar que a possível ida de Bolsonaro para o partido fez com que a sigla entrasse em colapso interno. O projeto do presidente no partido foi de Adilson Barroso, presidente da sigla.
A filiação de Flávio, em maio, foi a indicação de que o partido receberia também o pai. O senador deixou, na época, o Republicanos, partido que diz considerar agora para a ida de seu pai. Em entrevista no dia 2 de junho, Adilson disse que Bolsonaro estava prestes a fechar com o partido. Segundo ele, o chefe do Executivo pediu, em 1º de junho, de 10 a 15 dias para organizar a migração da sua base de apoio para a legenda, algo que até agora não aconteceu.
Integrantes da executiva nacional do Patriota entraram com um requerimento no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em 31 de maio contra as decisões de Barroso. Em 7 de julho, o TSE validou a convenção nacional do Patriota que decidiu pelo afastamento de Adilson Barroso. A sigla está agora sob o comando de Ovasco Resende, opositor a chegada de Bolsonaro e antes vice-presidente da sigla, devendo permanecer assim por 90 dias.
Poder360