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O desgaste que a CPI da Pandemia no Senado vem provocando sobre o Governo Bolsonaro e as suscetíveis pesquisas que apontam a queda na popularidade do presidente, aliadas as denúncias de corrupção que vão na contramão do discurso que ajudou a elegê-lo, podem ter desdobramentos importantes quanto a união da oposição na Paraíba. O grupo se reuniu no mês passado e fechou um acordo para rivalizar com João Azevedo em 2022 e o nome de Romero Rodrigues (PSD) foi o preferido da maioria dos integrantes, em detrimento de Pedro Cunha Lima (PSDB).

Lideranças de partidos da direita como Wallber Virgolino (Patriota) e Nilvan Ferreira (PTB) endossaram nome do ex-prefeito de Campina Grande. O primeiro ponto é que os três são aliados do presidente Bolsonaro e manifestam apoio abertamente.

Em contato com a reportagem, o deputado federal e presidente do PSDB na Paraíba, Pedro Cunha Lima confirmou que o grupo pretende se reunir novamente para discutir detalhes, ainda que não tenha uma data marcada. No entanto, garantiu que a união já está selada: “Ainda tem chão pela frente, mas já temos a certeza que estaremos unidos em uma única candidatura”, afirmou Pedro.

Em entrevista anterior, o presidente nacional do PSC, Marcondes Gadelha, já havia declarado que deseja estar presente nas próximas discussões. “Foi uma preliminar, uma primeira reunião, acredito que nós vamos ter outras reuniões, figuras importantes não puderam comparecer por alguma razão, e nós vamos ter outras reuniões e aí as coisas vão evoluindo para uma definição concreta”. Ele foi representado pelo deputado federal Leonardo Gadelha no encontro do mês passado.

Tanto o PSC de Gadelha, quanto o PSDB devem estar com outro candidato a nível nacional em 2022. Eles buscam uma terceira via, já defendida inclusive pelo próprio Pedro Cunha Lima. No entanto, em entrevista ontem, o deputado federal Wellington Roberto, do PL, afirmou que o grupo estará com Bolsonaro em 2022. “O apoio da nossa parte existe e vai permanecer, porque o PL nacional é um partido que cumpre acordo e palavra. Vamos seguir rumo a 22, sem duvida. Romero está afinado”. A afirmação pode causar uma insatisfação na oposição.

Wellington Roberto pretende viabilizar o nome do seu filho, Bruno Roberto, como candidato a senador na chapa de Romero, mas essa vaga é pretendida também por Nilvan e pelo PSDB. Uma chapa com dois nomes que estejam apoiando de forma aberta e endossando o nome de Bolsonaro pode gerar impopularidade principalmente em um estado do Nordeste, onde os índices negativos do presidente crescem a cada pesquisa. Já em 2018, por exemplo, Haddad (PT) saiu vencedor na Paraíba e em todas as federações do Nordeste.

Por Samuel de Brito – Jornalista