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Uma decisão liminar do desembargador Rômulo de Araújo Mendes, do TJ-DF (Tribunal de Justiça do Distrito Federal) deixou a filiação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao Patriota ainda mais embolada.

O desembargador determinou que 4 delegados afastados pelo presidente do partido, Adilson Barroso, para viabilizar mudanças no estatuto e consequente filiação de Bolsonaro retornem imediatamente aos seus postos. Voltam às funções: Ovasco Altimari, vice-presidente da sigla, Ulisses de Almeirda, Bárbara de Freitas e Marcelo Rosa.

Os delegados foram retirados dos cargos por Barroso em convenção realizada em 31 de maio. O presidente da sigla tentou abrir caminho nos diretórios para facilitar a filiação de Bolsonaro e de seus aliados. Sofreu retaliação do grupo contrário.

Integrantes da executiva nacional também entraram com um requerimento no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) contra as decisões. Altimari afirmou que Barroso descumpriu a convenção do partido e impôs mudanças para abrigar Bolsonaro e seus filhos na legenda.

ÁPICE DO CONFLITO

Na última semana, o partido ao qual Bolsonaro pretende se filiar para disputar a reeleição em 2022 passou por um dos seus momentos mais delicados.

A ala contrária à filiação do chefe do Executivo decidiu, em convenção, afastar o atual comandante da sigla e aliado de Bolsonaro, Adilson Barroso, por 90 dias. O grupo de Barroso, porém, disse que não havia legitimidade na reunião convocada pelo vice-presidente, Ovasco Altimari, que se tornaria o presidente interino.

O estopim do conflito foi um áudio enviado pelo presidente ao nº 2 da legenda. Na gravação, que dura 4 minutos, o atual dirigente do partido fala em acionar a Polícia Federal.

“Se me expor, eu nem vou falar amanhã, mas 2ª ou 3ª [feira] a Polícia Federal está batendo na porta, porque eu sei de mais do que estou te falando, mas não quero de maneira nenhuma falar aqui na mensagem. Eu sei e você vai ver. Se vocês entrarem na rota diferente, na rota diferente eu entro. Porque eu sou soldado de guerra, até aqui me trouxe Deus. Não tenho medo, porque não fiz nada e não faço nada errado. Então, meu amigo, se é paz, é paz. Se é guerra, é guerra. O Fred [Costa, deputado pelo PATRI-MG] sabe disso, sabe o que eu estou falando sobre ele também”, diz Barroso.

Poder360