No dia mais nordestino do ano, sete dirigentes que formam o Grupo de Trabalho Eleitoral da Direção Nacional do Partido dos Trabalhadores reservaram a agenda para ouvir o partido na Paraíba e discutir o quadro do estado com vistas às eleições de 2022. Muitas linhas foram discutidas, todos os lados ouvidos, nenhuma decisão específica (ainda) tomada. À exceção de uma que parece ter ficado claro para todos os participantes, entre eles dirigentes do PT na Paraíba, o ex-deputado federal Padre Luiz Couto e o deputado estadual Anísio Maia: a prioridade da legenda é a eleição presidencial e, por conta disso, o PT não deve fazer movimento algum que impeça a conquista de apoios para a candidatura de Lula.
Embarcando nesta tese, o presidente do PT da Paraíba, Jackson Macedo, foi o primeiro paraibano a falar. E sem muito “arrodeio” foi logo defendendo que se João Azevedo apoiar Lula no primeiro turno o partido deve fechar com a reeleição do governador na Paraíba. Até Anísio concordou e teria dito ao final da fala do conterrâneo: “Faz tempo que não concordo com uma fala de Jackson”. Neste ponto, a voz destoante foi do Padre Luiz Couto, que defendeu afastamento do Governo João.
Houve concordância de que esse apoio a João deixaria o PT sem opção ao Senado. Mas o sacrifício seria em nome da prioridade maior. Anísio chegou a defender candidatura avulsa ao Senado, mesmo apoiando João. Mas, para isso, o governador teria que ser uma mãe e permitir abrir do tempo de TV do PT, coisa pouco provável.
Na reunião, abertamente, não se tratou do ex-governador Ricardo Coutinho, do PSB. Que esta semana esteve lá com Gleise Hoffman, presidente nacional do partido, fazendo uma visita de cortesia, confirmando suas pretensões de disputar o Senado em 2022 e esperando o apoio do PT. Além dele, de acordo com informações de bastidores, o ex-prefeito Luciano Cartaxo e o deputado federal Aguinaldo Ribeiro já procuraram a direção nacional do PT para discutir sobre as eleições do próximo ano.
O PT está de portas abertas. Desde que a conversa ajude a fortalecer as chamas da fogueira presidencial.
Blog do Luís Tôrres