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Que Daniella Ribeiro é opositora ao Governo João, ela não faz questão de esconder. Já o chamou de pessoa “de difícil trato” e critica as ações da gestão. No entanto, seu irmão, o deputado federal Aguinaldo Ribeiro é amigo de João e quer ser o senador da chapa no ano que vem. Ambos controlam o PP na Paraíba, com a chancela do pai, Enivaldo Ribeiro e devem estar em conjunto no ano que vem. A senadora tem ainda o filho como vice-prefeito de Campina.

Daniella também sonha em ser governadora e terá espaço para isso no partido, caso deseje. Mas o momento não está favorável para a senadora. Primeiro, porque o irmão quer ser senador e uma chapa caseira não seria bem vista. Aguinaldo sendo escolhido por João, o que parece ser o caminho, já tiraria Daniella do jogo.

Outro problema é que, na oposição, Daniella não tem espaço. Após o encontro da última segunda (21), os conflitos ficaram evidentes. O grupo vai apoiar Romero como candidato e Daniella não foi nem convidada para a reunião. Em entrevista ao MaisPB, ela criticou as articulações nesse momento: “Estão cometendo os mesmos erros da outra eleição. Acho que não é tempo, não vejo como tempo para isso Estamos a um ano da eleição. Quem tem compromisso com o povo, com a população está buscando fazer com que a gente passe por esse revés”, disse Daniella.

A briga ficou desenhada no machismo de Wallber Virgolino, ao responder sobre a declaração de Daniella. O deputado estadual disse que só iria dirigir a palavra a Aguinaldo: “A senadora é café com leite na política, pois tem um tutor que fala por ela. Intimamente falando, uma vez que fui também criticado, vou deixar para responder ao tutor no momento que ele descer de cima do muro”, disse Wallber.

Para Daniella sonhar em chegar a Redenção o caminho está minado, mas isso pode não ser problema para ela, já que têm mais 4 anos (a partir de 2022) no Senado e poderia esperar 2026. Lá, João estaria fora do caminho e Veneziano quer ser o candidato. Daniella pode trazer a rivalidade de Campina à tona.

Reação na ALPB

A fala machista de Wallber gerou reação da deputada estadual Pollyana Dutra (PSB), que respondeu em entrevista ao MaisPB:

“A luta das mulheres para ocupar os espaços na política foi árdua ao longo do último século e não podemos aceitar que uma linguagem machista nos diminua ou relegue essa luta à presença de homens que definem nossa presença ou não nos espaços de poder. Não podemos aceitar esse tipo de comportamento! A triste história do patriarcado não pode ser repetida muito menos legitimada em um meio no qual ocupamos os mesmos espaços que os homens. É preciso mudar isso! Os conflitos precisam ser resolvidos sem ataques à nossa figura de mulher. Isso ressuscita um debate machista que, infelizmente, insiste em não ser superado”, disse Pollyanna.

Voz da Paraíba