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A bancada do PTB na Câmara dos Deputados resolveu agir em contra-ofensiva à pressão do presidente nacional do partido, Roberto Jefferson, que tem perseguido quem não se alinhar ao governo Bolsonaro, na Casa. Nove, dos 10 parlamentares, dentre eles o paraibano Wilson Santiago, assinaram uma nota de repúdio para firmar posicionamento de liberdade e independência nas votações.

A nota tem como foco reiterar a confiança na liderança do deputado Nivaldo Albuquerque, que, de acordo com a nota, foi “eleito democraticamente, e que de maneira firme e responsável tem nos conduzido nas diversas votações de temas importantes, como no enfrentamento da pandemia e apoio as reformas estruturantes para o nosso país, sempre respeitando a autonomia do mandato de cada parlamentar, mantendo assim o convívio republicano entre os pares”.

Além de Wilson Santiago, assinam a nota os deputados Eduardo Costa (PTB-PA), Emanuel Pinheiro Neto (PTB-MT), Luisa Canziani (PTB-PR), Marcelo Moraes (PTB-RS), Maurício Dziedricki (PTB-RS), Nivaldo Albuquerque (PTB-AL), Paulo Bengtson (PTB-PA), Pedro Augusto Bezerra (PTB-CE) e Pedro Lucas Fernandes (PTB-MA).

Destituição

Na prática, a nota é uma resposta às posições políticas e institucionais que Roberto Jefferson vêm adotando para barrar quem vota contra os interesses de Bolsonaro nas propostas que tramitam na Casa. Ele tem investido, firmemente, para que o presidente Jair Bolsonaro se filie ao PTB, inclusive reformulando totalmente a ideologia partidária da legenda ao abraçar o conservadorismo.

Com esse propósito, acabou realizando uma espécie de devassa nos diretórios estaduais. Wilson Santiago foi um dos que sofreu represália, sendo destituído da presidência estadual do partido na Paraíba. Em seu lugar assumiu o comunicador Nilvan Ferreira, que foi candidato a prefeito em João Pessoa no ano passado.

Outros também passaram pela mesma perseguição, como é o caso de Eduardo Costa, que travou uma batalha contra Jefferson por ter votado favorável na proposta que autoriza o uso de cannabis para fins medicinais. Ele, assim como Wilson, estão em busca de nova sigla para as eleições do próximo ano. No caso do paraibano, a prioridade é migrar para uma legenda da base do governador João Azevêdo.

Jornal da Paraíba