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Presidente estadual do PSD na Paraíba, Romero Rodrigues já se lançou pré-candidato ao Governo do Estado em 2022. As declarações vieram logo após as eleições municipais de 2020, quando deixou o cargo de prefeito de Campina Grande e elegeu seu sucessor, Bruno Cunha Lima, que hoje tem uma administração cheia de polêmicas e contestada na Rainha da Borborema. Romero tem um partido para chamar de seu, o PSD, que na Paraíba segue os passos do ex-prefeito. Tendo, inclusive, a ex-presidenta do PSD, Eva Gouveia, na sua base aliada.

No entanto, o caminho para Romero ser o principal opositor de João Azevêdo em 2022 ainda é nebuloso. Primeiro, porque enfrentará a concorrência no campo da direita com Pedro Cunha Lima, do PSDB, filho de Cássio. E sabemos que quando o PSDB quer uma coisa, ele vai lutar com todas, seja quais forem, as armas. Segundo, porque Romero pode enfrentar dificuldades com seu partido em 2022. Será quando o cenário estadual vai se contrapor ao cenário nacional.

É fato que muitas vezes os apoios estaduais não refletem os apoios nacionais em algumas eleições. No entanto, em 2022, o cenário que se desenha exigirá esforços para os partidos formarem uma unidade em torno de um nome. Principalmente aqueles que querem derrotar o atual presidente Jair Bolsonaro. É aí que começa o problema de Romero. Romero é fiel escudeiro de Jair Bolsonaro e sonha em fazer dobradinha com o capitão em 2022. Em Campina Grande, Bolsonaro já disse que Romero é seu “irmão lá de trás” e “mora no coração”.

Romero não esconde o afago por Bolsonaro, pelo contrário, quer ser o candidato de Bolsonaro na Paraíba e já tem o caminho para isso. Mas o PSD nacional, liderado por Gilberto Kassab, está mais próximo de uma aliança de Centro e até mesmo com a esquerda. Kassab se reuniu no início do mês com o ex-presidente Lula, que está de volta ao jogo, e sai na frente de Bolsonaro em todas as pesquisas. O encontro entre Kassab e Lula também teve a participação do ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia.

Maia teve se filiar ao PSD, apesar de também haver conversas com o MDB. Junto com senadores como Omar Aziz, presidente da CPI da Pandemia, e Otto Alencar, também membro da CPI, além do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, que já teve reunião marcada com representantes do PT, o PSD toma um rumo oposto ao de Bolsonaro e dificilmente estará com o atual presidente em 2022. Dois caminhos são possíveis: uma candidatura própria, onde se cogita Nelsinho Tradd e Antônio Anastasia ou um apoio numa aliança de centro ou centro-esquerda.

Essa aliança exigiria unidade nos estados da federação e um problema evidente para Romero. O PSD apoiar Lula, e Romero apoiar Bolsonaro, não parece um cenário possível no ano que vem. Romero enfrentará problemas, além concorrência de Pedro e até de Daniela no campo da direita. Ele pode ficar sem o apoio nacional do seu partido. Romero pode ter que buscar uma outra sigla e se juntar, por exemplo, a Bolsonaro no partido que ele escolher. PP, PTB, Brasil 35 (ex-PMB)? Bolsonaro demora a escolher e gera incertezas em Romero.

Voz da Paraíba