O corpo de Patrícia Roberta, de 22 anos, foi encaminhado ao Instituto de Polícia Científica (IPC) da Paraíba, na noite dessa terça-feira (27), e deve permanecer em resfriamento, em câmara fria, para a realização da necropsia. Na tarde desta quinta-feira (29), deve ser liberado para os familiares.
A morte da jovem do município de Caruaru, em Pernambuco, assassinada em João Pessoa está sendo investigada pela polícia. O perfil psicológico do suspeito será analisado pelos investigadores.
A perita criminal Amanda Melo detalhou a complexidade do caso em entrevista. “O caso une vários setores, com auxílio de psicólogos para a análise comportamental da cena do crime. Assim como da medicina legal, laboratórios forenses, especialistas em DNA e biologia”, disse.
Conforme a perícia, dois lençóis e um saco plástico, de um colchão, envolviam o corpo, que estava amarrado por fios. A cabeça da vítima estava enrolada em outro saco plástico e uma toalha.
A perícia apurou que o corpo está em estado avançado de decomposição, com sinais de 48 horas de óbito. No entanto, a desova ocorreu horas depois do assassinato. Os peritos acreditam que a vítima ficou enrolada na casa do suspeito. “Após supostamente matar, ele enrolou para evitar o odor e a proliferação de moscas e larvas. Pelos vestígios, a vítima foi morta e deixada no ambiente (apartamento) por um tempo”, disse Amanda Melo.
“Como o corpo estava em estado avançado de decomposição, ele fica colonizado por larvas e moscas. Isso dificulta o trabalho dos peritos. Com o congelamento, as larvas morrem e são retiradas do corpo, assim, pode-se proceder o exame cadavérico”.
Não há lesões provocadas por armas de fogo ou arma branca. A perícia adiantou que Patrícia pode ter sido morta por esganamento.
Violência sexual
O estado avançado de decomposição pode dificultar a leitura de violência sexual, conforme a perita. Mesmo assim, exames serão solicitados para apurar a hipótese. “Durante a necropsia será solicitado coleta de material da região íntima da vítima para encaminhar ao laboratório específico”.
Perfil psicológico
A leitura da cena do crime foi um dos caminhos para encontrar o corpo de Patrícia Roberta. “Foi o primeiro local visitado pela perícia para entender o perfil do suspeito e, então, encontrar o corpo. As buscas foram direcionadas após indicação do IPC”. O corpo da vítima foi encontrado a 1,5 km de distância do local onde ela possivelmente foi morta.
Segundo a perícia, na casa onde supostamente ocorreu o crime foram encontrados livros de magia, materiais sobre ocultismo e anotações com nomes de outras mulheres. “O local era extremamente organizado, com escritos e desenhos perturbadores. Uma pá também foi encontrada no local”, contou.
Entre as anotações, definidas como “perturbadoras” pela perita, havia desenhos com chifres, fogo, caveiras. “São desenhos demoníacos. Havia uma caveira coroando uma moça; escritos perturbadores”, disse.
Sobre os livros de magia e ocultismo encontrados no ambiente, Amanda disse que eles não significam que o crime tenha necessariamente relação com algum ritual.
Jonathan Henrique Conceição dos Santos, de 23 anos, é suspeito de envolvimento no homicídio e também na ocultação de cadáver de Patrícia, segundo a Polícia Militar da Paraíba.
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