O secretário estadual de Saúde, Geraldo Medeiros, concedeu entrevista nesta sexta-feira (23) ao Arapuan Verdade, da Rádio Arapuan, acerca da notícia de que a Paraíba registrou 806 casos de pessoas que tomaram doses de vacina contra a Covid-19 trocadas no processo de imunização.
Segundo o secretário, cabe aos municípios e secretários municipais de saúde a fiscalização de aplicação dessas doses, uma vez que a atribuição do estado é de receber, armazenar e distribuir as vacinas. O secretário disse que esse número de 806 doses trocadas pode ser oriundo de um erro de digitação ou de fato um erro humano/técnico.
“Cabe a cada município escolher a população do PNI (Plano Nacional de Imunização), vaciná-la dentro das técnicas (de aplicação). Em relação a esses 806 paraibanos que se presume que receberam vacinas distintas, existem duas justificativas: primeiro, pode ter havido um erro de digitação, e consequentemente foi informado ao sistema integrado do Plano Nacional de Imunização que havia sido vacinado com duas vacinas distintas; ou então houve realmente um erro na aplicação, um erro técnico do município”, explicou.
Geraldo disse também que a secretaria estadual já está analisando caso a caso para identificar, dentre esses 806 casos, se foram um erro de digitação ou erro humano.
O secretário tranquilizou os afetados ao afirmar que ainda não existem trabalhos científicos que comprovem que a aplicação de duas vacinas distintas pode diminuir a proteção e imunidade da pessoa, ou até gerar algum dano colateral.
Comprovação de imunidade
Perguntado se é necessário e como “corrigir” o fato de uma pessoa ter sido vacinado com uma dose de cada imunizante, Geraldo esclareceu que ainda não existem exames laboratoriais que comprovem se uma vacina “foi eficaz”, o que dificulta uma tomada de decisão. Ele disse que é preciso de uma reavaliação por parte das secretarias municipais para analisar se é preciso reiniciar o processo de imunização nessa pessoa.
“Inicialmente não existe nenhum exame laboratorial com rendimento adequado para se avaliar o grau de proteção de cada pessoa que recebeu a vacina, mesmo a ‘dosagem de anticorpos neutralizante’, que é o exame mais fidedigno, que é realizado pelo Dasa, em São Paulo. Ele não é um bom relato do grau de imunidade da pessoa que se vacinou. Então nós não temos esse parâmetro para avaliar se as pessoas estão com a imunidade adequada ou não”, disse.
“Então há necessidade de uma reavaliação por parte do corpo técnico da secretaria se vai haver a necessidade de um reinício da vacinação dessas pessoas ou não”, finalizou o secretário.
Polêmica Paraíba