O senador paraibano Veneziano Vital do Rego (MDB) foi entrevistado desta quinta-feira (22) do Arapuan Verdade, da Rádio Arapuan. Na conversa, ele falou sobre vários temas, entre eles a permanência ou não de Nilvan Ferreira (MDB) no partido, a condução do paraibano Marcelo Queiroga à frente do ministério da Saúde, a sua avaliação da condução da gestão Bruno Cunha Lima (PSD) em Campina Grande, CPI da Pandemia, entre outros.
O primeiro tema foi a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Veneziano voltou a se demonstrar favorável à instalação da CPI da Pandemia para apurar ações e supostas omissões do governo federal na atuação do combate à Covid-19. Ele reafirmou que os fatos para a CPI ser instalada existem.
“Não discuto que fundamentos há. Houve e há para que a Comissão Parlamentar de Inquérito pudesse ser instalada. Não houve nenhum ato que extrapolasse sob o ponto de vista legal. Aquilo que está posto foi posto com a subscrição de senadores, e autoria do senador Randolfe Rodrigues, foi bem claro. Se ateve às questões que envolveram aquele período desastroso das mortes por asfixia de cidadãos de Manaus e também outros fatos determinantes. Então, os pré-requisitos que constitucionalmente são exigidos para a instalação, houve”, esclareceu Veneziano.
Veneziano disse, no entanto, que os senadores temem para que a CPI não se torne um “palco para espetacularização” como imagina a população.
Eleições presidenciais 2022
Perguntado sobre as pretensões do MDB para a disputa presidencial em 2022, Veneziano disse que o partido deve sim ser protagonista nas eleições do próximo ano, e adiantou que esse é o sentimento com os demais senadores da sigla.
“Nós temos um grupo de WhatsApp, os 15 senadores, e dizíamos exatamente isso. É fundamental que nós comecemos a tratar sobre esse tema. Na Câmara Federal o MDB abriu um espaço importante de compor um bloco com o Cidadania. Então o MDB precisa ter essa compreensão”, disse.
Veneziano comentou que vê um espaço para uma “terceira via”, em um processo de união entre partidos, dentre eles o MDB, mas reconhece que essa possível união seja tarde para enfrentar a polarização protagonizada pela esquerda, com o ex-presidente Lula (PT), e pela direita, com o atual presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
“Eu penso que sim, não há como negar. Os próprios números mostram isso. O que a gente lamenta é que nesses dois anos esse trabalho não ocorreu. Pode ser que tenha sido tarde”, disse.
Questionado sobre Lula, Veneziano vê o petista como forte candidato à presidência e disse que poderia sim apoiá-lo.
Marcelo Queiroga
Veneziano avaliou a condução do paraibano Marcelo Queiroga à frente do ministério da Saúde. Para ele, as ações têm sido elogiáveis, apesar do presidente Jair Bolsonaro.
“Ele tem as melhores das intenções. Mas você vai dizer ‘as intenções não são passíveis de uma avaliação objetiva’. Mas nesses 30 dias, o esforço que o ministro tem feito é evidentemente elogiável”, disse, alegando também que é “complicado” ter um presidente que faz o contrário ao que o ministro recomenda.
“É muito complicado você querer ajudar, ter convicções daquilo que é o correto como tem o ministro Marcelo Queiroga e ter um presidente que faz exatamente o contrário”, disse.
Nilvan Ferreira no MDB
Sobre o candidato a prefeito de João Pessoa nas eleições de 2020 pelo partido, o comunicador Nilvan Ferreira, Veneziano disse ainda irá conversar com Nilvan e que uma decisão de desfiliação ou não será tomada pelo partido, e não apenas por ele. Nilvan é opositor ao governador João Azevêdo, quem o senador apoia, e deve caminhar com a direita nas eleições de 2022, diferente do partido.
“A questão de Nilvan passa exatamente por isso. Para que nós nos sentemos. Ele vai expor seus motivos, suas compreensões que são sabidas publicamente, como as nossas, que nunca escondemos. Nilvan sabe da minha posição em relação ao governador João Azevêdo, como eu sei a posição dele, o antagonismo político com o prefeito Cícero e com o governador”, explicou.
Aliança do Progressistas com João Azevêdo
Veneziano também foi questionado sobre uma possível aliança do Progressistas com o governador João Azevêdo. O senador disse não ser contrário a um apoio, mas alertou que precisa haver uma definição de “qual Progressistas” estará com o governador.
“Não (sobre ser contra). Agora é importante saber com qual Progressistas nós vamos estar. Se vamos estar com o Progressistas que um dia é oposição a João e no outro diz que tem interesse com João. Afinal de contas, qual Progressistas? Com todo o respeito”, questionou.
Governo Bruno Cunha Lima em Campina Grande
Sobre a gestão do prefeito eleito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima (PSD), Veneziano foi mais crítico. Ao ser perguntado sobre o balanço que faz da gestão, o senador ironizou o adversário político: “E começou?”.
“E começou? Sinceramente, houve alguma coisa, administrativamente falando, a não ser o uso de palanque político para se contrapor às iniciativas responsáveis que nós estamos vendo por parte do governo do estado […]. Em 100 dias, administrativamente o que houve? A não ser novamente greves anunciadas, os mesmos problemas”, disse.
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