A Polícia Federal intimou Guilherme Boulos, integrante do PSOL, a prestar depoimento em um inquérito aberto a pedido do Ministério da Justiça para enquadrá-lo na Lei de Segurança Nacional.
O motivo foi uma publicação que ele fez em 2020, fazendo uma analogia entre o presidente Jair Bolsonaro e o rei Luís XIV em razão da declaração de Bolsonaro “Eu sou a Constituição”.
Boulos publicou: “’O Estado sou eu’ (Luís XIV, rei absolutista no século 17). ‘Eu sou a Constituição’ (Jair Bolsonaro, hoje de manhã). Entendeu onde ele quer levar o Brasil?”. Depois escreveu: “Um lembrete para Bolsonaro: a dinastia de Luís XIV terminou na guilhotina…”.
Bolsonaro ficou contrariado. E o deputado José Medeiros (Pode-MT), ligado ao presidente, representou contra Boulos no Ministério da Justiça. Por determinação do então ministro da Justiça, André Mendonça, a PF abriu um inquérito contra o líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto). E agora o intimou para depor.
À CNN, Boulos disse nesta quarta que a intimação é “um disparate” e que vai reforçar as críticas ao governo no depoimento.
“Fiz uma analogia história e o Ministério pediu uma investigação contra mim. É um disparate. É uma perseguição. Não vou me intimidar. Só reforça ideia de sermos cada vez mais fortes na oposição ao governo. Não vamos aceitar e vou reforçar minhas críticas ao governo”, disse Boulos.
Ele terá que se apresentar na PF em São Paulo no dia 29, às 16 horas.
CNN