Bruno Araújo, presidente nacional do PSDB, afirmou, em entrevista ao jornal O Globo, que o partido tem considerado lançar o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) como um nome para unir o centro político em 2022. Araújo diz acreditar que ele é uma alternativa ao que chama de “polarização” entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O presidente do PSDB avaliou que Tasso é um nome que poderia aproximar aliados de diferentes partidos: “Recentemente se intensificaram movimentos no sentido de convencê-lo a aceitar colocar o seu nome. Claro que é um nome que enriquece muito o processo político nacional e transcende de forma definitiva o PSDB”.
Araújo disse também que o movimento de incentivo ao nome de Tasso começou após uma publicação de Eduardo Jorge (PV). O ex-candidato à Presidência publicou em seu perfil numa rede social que seu candidato para uma “frente ampla democrática” nas eleições de 2022 é o senador cearense. Foi depois desse comentário que o nome de Tasso passou a ser considerado dentro do próprio PSDB.
A candidatura também pode ser uma forma de o partido se aproximar mais de Ciro Gomes (PDT-CE). Araújo disse ser necessária a participação do pedetista em uma união do centro político. Ele afirmou que a visão econômica de Tasso e Ciro são similares, já que, em 1991, Ciro assumiu o governo do Estado do Ceará com a liderança do atual senador.
Araújo disse ainda que uma união com os principais nomes de Centro é possível. Para ele, a carta a favor da democracia, lançada em 31 de março, mostra que eles estão dialogando. Apesar disso, Araújo afirmou que o centro político deve ter mais de uma candidatura: “O sonho que beira a ingenuidade seria um único nome. Algo a partir de 3 nomes começa a atrapalhar muito essa construção“, disse.
Mas Tasso ainda não aceitou colocar o seu nome para as prévias internas do partido, que estão marcadas para outubro deste ano: “Fica aqui um convite público, para que ele aceite esse chamamento”, disse Araújo. O presidente do PSDB afirmou ainda que o senador é “um dos homens públicos mais respeitados e mais experientes da República”, ao dizer que Tasso faz parte da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Pandemia e irá fazer uma apuração responsável.
Outro político que vai disputar as prévias é o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. Araújo afirmou que Leite é um dos “nomes mais relevantes” da atual geração e que isso é considerado no partido. “É a juventude e a expectativa de crescimento na sua liderança política que ele leva como um ativo às prévias do partido”, avaliou.
Já para o governador de São Paulo, João Doria, que também é cotado para a candidatura, falta a “exposição de uma eleição nacional“, de acordo com Araújo. Mas o presidente do PSDB disse que Doria tem “mais ativos do que passivos” e que a corrida eleitoral ainda não está definida. “A real definição do eleitor brasileiro se dá na metade do processo eleitoral. Até lá, e neste momento em especial, a população está tentando sobreviver“, afirmou.
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