O governador João Azevêdo (Cidadania) comentou, nesta segunda-feira (19), o novo decreto estadual em vigência a partir de hoje, as eleições de 2022 e a vacinação na Paraíba. Em entrevista a Rádio Arapuan, Azevêdo avaliou o nome de Luciano Huck como candidato pelo Cidadania, seu partido, para a eleição presidencial de 2022, como tem sido especulado.
Primeiro, questionado sobre o novo decreto, João disse que ele manteve muitos pontos do decreto anterior, mas que fez alguns ajustes “que se fazem necessários”, como a possibilidade de bares e restaurantes trabalharem com delivery por 24 horas e a flexibilização de aulas híbridas para alunos do ensino fundamental no sistema privado e de aulas práticas para alunos concluintes do ensino superior.
“Um passo de cada vez […]. Em regra geral, o decreto manteve ainda as medidas protetivas do decreto anterior, porque nós sabemos que essa doença é traiçoeira. Pode de uma hora para outra ter um repique da doença, que não é o que nós queremos. Temos que manter os cuidados tão cansativamente ditos e anunciados”, disse.
Condução da pandemia
João Azevêdo foi perguntado sobre a declaração do secretário estadual de saúde, Geraldo Medeiros, quando da visita do ministro da saúde à Paraíba na última sexta-feira (16) e sábado (17), disse que o Estado não tem do que reclamar do governo federal em relação à garantia de insumos e equipamentos para evitar o colapso da saúde no Estado. João disse que, de fato, o Estado está recebendo insumos, mas criticou a condução da pandemia por parte do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
“O secretário deve ter colocado (a fala) em função dos insumos e vacinas que estão chegando, daquilo que efetivamente está ocorrendo. Mas é evidente, público e notório, que o Brasil como um todo sofre um problema muito sério pela falta de uma coordenação nacional de enfrentamento à pandemia. O posicionamento do presidente é complemente diferente do posicionamento do ministro da saúde (Marcelo Queiroga). Então quando você analisa o ministério da saúde, é uma coisa. A atitude do governo federal como um todo, é diferente”, criticou.
João disse que a Paraíba tem mantido uma relação institucional com o ministério da Saúde na busca de insumos e vacinas: “Esse é um processo de uma relação republicana, que precisa ser mantida. E com certeza o secretário Geraldo citou essa relação republicana que nós temos com o ministério da saúde”, emendou.
Eleições para 2022
O governador também foi questionado sobre os rumos para as eleições presidenciais e estaduais em 2022. Acerca do desejo público do presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, em contar com o apresentador Luciano Huck como candidato à presidência pela sigla, João disse que a discussão sobre nomes está apenas começando mas que Huck seria uma “boa alternativa”.
“Eu acho que Huck é um nome novo, foge dos extremos que o Brasil está vivendo. Entretanto tudo isso tem que ser construído, mas construído aos poucos. Não tem uma tradição política, o que não é nenhum demérito, talvez seja até uma vantagem, mas precisa ser construído. Ninguém faz uma campanha para presidente da república sozinho […]. Mas é uma boa alternativa que hoje está sendo colocada pelo partido”, disse.
A nível local, João disse que ainda não tem iniciado conversas sobre apoios, mas reiterou que o nome está disponível para ser candidato à reeleição.
“Eu tenho a expectativa no momento certo e adequado de fazer essa discussão com o espectro mais amplo possível, desde que estejam alinhados com aquilo que a gente acredita, que é o fazer política”, disse João sobre possíveis aliados em 2022.
Vacinação
Questionado sobre o ocorrido na última semana em João Pessoa, quando idosos se aglomeraram no Espaço Cultural em busca de tomarem a segunda dose da vacina contra a Covid-19, e ao chegaram ao local se depararam com a falta de imunizantes, governador disse que a falta de vacinas registradas em João Pessoa e em outras cidades do país se deu pela diminuição da entrega de doses pelo ministério da Saúde.
Ele lembrou que o então ministro Eduardo Pazuello autorizou estados e municípios a utilizarem as doses que estavam estocadas para serem aplicadas como segunda dose nas demais pessoas como primeira dose, na garantia de que essas quantidades seriam repostas, o que não aconteceu.
“O próprio ministro anunciou para o Brasil inteiro que poderíamos usar todas as primeiras doses porque o fluxo de entrega de vacinas manteria e garantiria a segunda dose. Infelizmente esse fluxo não ocorreu”, explicou.
João Azevêdo esclareceu que a pessoa pode ser imunizada com a segunda dose mesmo após o prazo indicado, sem qualquer perda na eficácia do imunizante. Ele até falou que está passando por essa situação, já que deveria se apresentar nesta segunda-feira (19) para tomar a segunda dose. O governador foi vacinado em 22 de março.
“O fato de você tomar uma vacina, e ter o prazo de 28 dias para tomar a segunda dose, e se não tiver disponibilidade nesse vigésimo oitavo dia, se você adiar mais algumas para frente, isso vai prejudicar a eficácia da vacina? A resposta clara e evidente é não! Não há prejuízo nenhum”, disse.
Polêmica Paraíba